Prevenindo esse desconfiança, Lobão convidou o jornalista Claudio Tognolli para
escrever a sessão Lobão na Mídia, que intercala os capítulos contando o
que os meios de comunicação falaram sobre o cantor. No entanto, o
melhor da história fica por conta dos bastidores inéditos e do tom
informal do texto que, tal qual alertado pelo editor, mantém “o léxico e
a sintaxe peculiares e autorais de Lobão”. Por exemplo, logo no começo,
Lobão narra, com detalhes hilários, sua homenagem póstuma ao cantor e
compositor Júlio Barroso. Junto com Cazuza, ele estendeu duas carreiras
de cocaína sobre o caixão do líder da Gang 90.
50 anos a Mil conta ainda sobre o suicídio de sua mãe, sobre quando
destruiu um violão na cabeça do pai e, com muita graça, sobre sua prisão
por porte de drogas. “A melhor forma de me conhecer é tentar ser aberto
e atento com o trabalho de uma pessoa bastante complexa”, explica Lobão
que, junto com livro, lança duas músicas inéditas (para download
gratuito no http://www.lobao.com.br)
– a serem entendidas como prólogo e um epílogo da biografia – e uma
caixa com três Cds e o DVD Acústico MTV. Os fonogramas foram
remasterizados por Roy Cicala, que já trabalhou com John Lennon, Frank
Sinatra e Jimmy Hendrix.
Seja revelando intimidades ou causando risos, Lobão hoje comemora por
que “os jornalistas estão, na sua grande maioria, elogiando o livro”.
Um dos motivos a que ele atribui esta boa recepção é à participação de
Tognolli. “Está tudo muito bem documentado”. Certo de que não se
arrepende de nada do que foi narrado, Lobão hoje se orgulha da imersão
que fez em sua própria vida. “Tudo o que está lá foi milimetricamente
pensado, arquitetado, escandido. Sei que fiz um livro bem escrito, não
tenho a menor dúvida”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário